“Esta Cátedra é suportada por uma rede internacional com o mesmo nome (RICET - Rede Internacional A Cidade que Educa e Transforma) liderada pelo Instituto Superior de Educação e Ciências de Lisboa e constituída, neste momento, por 12 instituições de ensino, não superior e superior, universitário e politécnico de natureza pública, privada, comunitária e fundacional de Portugal, do Brasil e da Guiné-Bissau”, esclareceu sobre a sua unificação pelo Programa de Cooperação Internacional. Como forma de sublinhar a importância de uma envolvência e abertura entre todos os parceiros, a Doutora Cristina Ventura, justificou a escolha do local para este dia de arranque da Cátedra. “Numa primeira nota gostaria de vos dizer a razão de fazermos esta cerimónia aqui neste magnífico local (...) escolhemos simbolicamente propositadamente este local procurando transmitir um sinal do que queremos ser e fazer neste projecto, sinalizando uma academia aberta, de forte interação e proximidade com as comunidades locais, dialogante com toda a administração local na procura e construção conjunta de soluções. Cumpre-me, portanto, agradecer desde já à Câmara Municipal de Lisboa a receptividade que, desde a primeira hora, nos concederam”, acrescentou ainda antes de passar a palavra a Jaqueline Moll, representante da Universidade Federal de Rio Grande do Sul, Brasil, que na cerimónia deu voz aos parceiros membros do Brasil que integram este consórcio.

Jaqueline Moll, no seu discurso, deixou algumas referências como fontes de inspiração, com os informes da UNESCO desde os anos 70 até aos desafios dos dias de hoje. “Trata-se agora de reconhecermos os nossos desafios e necessidades, valências e reconhecermo-nos como companheiros de viagem, juntos na tarefa de formarmos um mundo cívico e sustentável para estas e para as próximas gerações. Os temas ambientais, seguramente, atravessaram a Cátedra, porque é preciso”, sublinhou.

Na sua profunda Intervenção, o Professor Doutor Pedro Lourtie, orador convidado para a mesa de honra desta sessão solene, relembrou alguns dos princípios da Carta das Cidades Educadoras da UNESCO e deixou alguns desafios a este grupo de trabalho. “(…) a educação transcende as paredes da escola para impregnar toda a cidade.”; “(…) vive um processo permanente que tem como finalidade a construção da comunidade e de uma cidadania livre, responsável e solidária (…)”; “Uma cidadania consciente dos desafios que a humanidade enfrenta (…)”; “(…) uma crise eco-social, que coloca em risco a vida de parte importante da humanidade (…)” como orientação geral face aos desafios dos tempos atuais, décadas depois: “Os desafios ambientais; Os desafios da democracia; Os desafios da justiça social; Os desafios da mobilização da intervenção. Em conclusão, perguntas/ferramentas para a ação destes parceiros, o seu “são contributo para a reflexão sobre a Cidade que Educa e Transforma. Que objetivos privilegiar e como intervir na cidade? Como mobilizar recursos humanos, físicos e financeiros? Como envolver os cidadãos e aproveitar as suas competências e disponibilidades? Como ir ao encontro das populações, dos diferentes grupos sociais e compreender as suas motivações e preocupações? Como combater a discriminação e promover a justiça social? Como promover a coesão social? Como melhorar o ambiente na cidade e no Mundo? Como fazer da cidade um lugar melhor pela educação?”.

Da UCCLA - União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, Vítor Ramalho destacou: “A Cátedra que aqui vamos iniciar transporta-nos para aquilo que é a UNESCO e foi a UNESCO que há alguns anos reconheceu a língua portuguesa como língua mundial (Dia Mundial da Língua Portuguesa, efeméride assinalada a 5 de maio) dando relevância que a língua enquanto factor impacta alguns dos povos de língua oficial portuguesa mas sobretudo como instrumento económico nos dias de hoje. Por outro lado, transporta-nos para as cidades, onde hoje em dia a maioria da população mundial vive”, alertou.

Sofia Athayde, Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, cujos pelouros e competências executivas incluem, entre outros, a Educação, a Juventude e Cidadania, foi uma das honrosas convidadas. Ao dirigir-se aos presentes e após congratular a atribuição desta Cátedra, pela UNESCO, a este grupo de instituições de ensino, agradeceu em seu nome e da cidade por “terem escolhido Lisboa para assinalar este acontecimento tão importante para todos nós. Para a Câmara Municipal de Lisboa é uma honra, um privilégio e uma grande alegria receber-vos nesta sala que é tão especial, tão representativa da nossa casa”, começou por dizer. "Acreditamos que será mais um passo determinado no sentido de cumprir o nosso propósito firme de tornar Lisboa numa cidade cada vez mais educadora e, assim, transformadora”, enalteceu.

Após a entrega dos protocolos aos parceiros, que agora assumem funções na RICET - Rede Internacional A Cidade que Educa e Transforma, seguiu-se um Porto de Honra, como simbolismo histórico do firmar deste compromisso e responsabilidade, bem presente para todos, cuja confiança agradecem, como destacou a Presidente do ISEC Lisboa, a Doutora que deixou “num agradecimento à UNESCO pela confiança depositada no ISEC Lisboa, e no conjunto destas instituições, deixando aqui expresso o nosso firme compromisso com os princípios orientadores da UNESCO e do programa de cooperação UNITwin”.